Maria Ribeiro

FOMO: O medo de ficar de fora

Por Maria Ribeiro em Maio de 2025

Porto
Tema Autoconhecimento / Publicado na revista Nº 40

Vivemos numa época em que a informação chega até nós em segundos. Basta abrir uma aplicação no telemóvel para ver o que os nossos amigos estão a fazer, onde estão, com quem estão e até o que comeram ao almoço. As redes sociais, que nos aproximam de quem está longe, também têm um lado menos positivo: alimentam um sentimento conhecido como FOMO – do inglês Fear of Missing Out, ou seja, medo de estar a perder alguma coisa.

O FOMO manifesta-se de várias formas: sentimo-nos desconfortáveis por não estarmos num evento, tristes por não termos sido convidados para um jantar, ou até ansiosos ao ver que os outros parecem estar a aproveitar mais a vida do que nós. E tudo isso pode acontecer apenas com um simples olhar para o telemovel. 


Por que sentimos FOMO?

A verdade é que o FOMO está ligado à nossa necessidade natural de pertença. Todos queremos sentir que fazemos parte de algo, que somos incluídos e valorizados. Quando vemos os outros a viver experiências sem nós – mesmo que só através de fotografias – o nosso cérebro interpreta isso como exclusão.

Além disso, as redes sociais mostram apenas o melhor dos momentos. São filtros, ângulos perfeitos, sorrisos forçados. É fácil esquecer que aquilo que vemos não é a realidade completa. Ninguém partilha os dias aborrecidos ou as dificuldades do dia-a-dia.


O impacto na saúde mental

Vários estudos mostram que o FOMO pode afetar a nossa saúde mental. Pode aumentar o stress, provocar insónias, diminuir a autoestima e até levar à depressão. É um ciclo difícil: quanto mais sentimos que estamos a perder algo, mais tempo passamos online a tentar "não perder nada" – e isso rouba-nos tempo e energia.

Como podemos lidar com o FOMO? A boa notícia é que há formas de lidar com este sentimento. Aqui ficam algumas sugestões:

  • Fazer pausas digitais: desligar as notificações ou definir horários para usar redes sociais.
  • Valorizar o presente: prestar atenção ao que estás a viver agora, em vez de te preocupares com o que não estás a fazer.
  • Praticar a gratidão: todos os dias, escrever ou pensar em três coisas boas que aconteceram contigo.

Conversa com os outros: partilha os teus sentimentos. Muitas pessoas sentem o mesmo, mas não falam sobre isso.

Cuida da tua autoestima: lembra-te de que o teu valor não depende do número de “gostos” ou de onde estás.

Viver mais, comparar menos

FOMO é um sinal de que precisamos de estar mais presentes na nossa própria vida. Em vez de nos compararmos com os outros, devemos procurar viver de forma mais consciente e com menos pressão. A vida não é uma competição de experiências. Às vezes, o momento mais simples – uma caminhada, uma conversa tranquila, um jantar em casa – pode ser o mais valioso.

Ficar de fora de certas coisas não é um fracasso. É, muitas vezes, uma escolha saudável. 

Está tudo bem quando não estamos sempre ligados, em não saber tudo, em simplesmente viver o agora.

Maria Ribeiro


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