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Revista Nº 29 - Outubro de 2022
Editorial
Mariana era uma menina curiosa e muito atenta, quando viajava com os seus pais, sentada no banco de trás, aconchegava-se no meio dos bancos e começava com as suas perguntas;
A primeira pergunta era sempre – Mãe ainda falta muito? como a resposta era sempre a mesma, independentemente da distância
- Estamos quase a chegar – Respondia a mãe com um sorriso nos lábios.
Mariana sem mais demoras, começava com as suas perguntas, mãe, o céu é azulinho porque? - a mãe incrédula olhava o céu, porque? Deus escolheu esta cor porque nos transmite muita calma - ah! respondia a Mariana.
Mãe, porque tem nuvens? Porque não estão quietas? - continuava Mariana -porque elas levam os anjinhos para brincar com os meninos dizia a mãe. – ah! respondia Mariana.
Mãe ainda falta muito? - não estamos quase.
Mãaae porque o céu não tem estrelas? estão a dormir Mariana - ah!
Mãe, mãe não consigo olhar para o Sol, porque mãe?
Mariana não olhes para o sol, o sol é para sentires nos bracinhos, no rosto - Mãe que bom dizia Mariana - é quentinho. - Sim minha filha. - Manhe, manhe porque é que eu não chego ás nuvens? eu queria brincar com os anjinhos e com os meninos.
A mãe com um sorriso bem visível no rosto, disse - Mariana estamos a chegar.
Que boa mãe – vou correr e brincar - retorquiu a Mariana – Posso? – Sim minha filha dizia a mãe, feliz pela alegria espontânea da Mariana.
Mariana menina irrequieta de 3 anos e meio, questionava o que via, sendo que a grande questão reside, porque questionar?
Como diz António Sanches no seu livro Carma doce Carma "...Indo mais longe, nem era necessário formular as questões que sempre nos assolaram. A vida vai respondendo continuamente sem ser necessário sequer que a corrijamos. Ela acontece por si, sem necessitar de se justificar. Somos nós que sempre pomos em dúvida, de tão simples que é. Só damos conta disso quando já percorremos alguma parte das nossas vidas. Amar a vida incondicionalmente; amarmo-nos tal como somos, amar os outros sem esperar recompensa. Se todo o belo que nos rodeia estivesse á espera da nossa aprovação e retribuição, à nossa volta só existiria tristeza, raiva, escuridão. A natureza entrega-se a nós para que a desfrutemos, sem esperar nada em troca; correndo o risco de ser tão maltratada...".
Mariana cresceu a acreditar que ..."não falta muito." Ser feliz é uma questão de atitude.
Façam o favor de o Ser.
Maria Ribeiro