
Homenagem Mulheres em Revista
Por José Micard Teixeira em Março 2012 Ediçaõ 8
Que me perdoem todas as mulheres por aquilo que vou escrever.
Não sou de fazer juízos de valor ou personalidade e aprecio a sensibilidade de toda e qualquer mulher. Aliás, a sensibilidade é uma característica que as mulheres melhor desenvolveram ao longo dos tempos.
No entanto, e unicamente com o objectivo de as poder ajudar a identificarem-se e, se assim o escolherem, poderem mudar, fiz uma cuidadosa divisão das mulheres em três grupos, tomando como base a minha experiência dos testemunhos de centenas de mulheres que entram no meu consultório, cada ano, para coaching.
Volto a repetir. Este texto destina-se apenas a auxiliar, não a criticar ou condenar, até porque se existe alguém que admiro são as mulheres, por toda a envolvente de misticismo e de inteligência que trazem consigo.
Assim, dividi as mulheres em três grupos: as revoltadas; as irreverentes e as rebeldes.
Já estou a imaginar a vossa cara de surpresa… Quem é este homem, que nos classifica nestes três grupos tão depreciativos? Bem pelo contrário!
Vão perceber, ao longo da descrição de cada grupo, como cada um tem lados negativos e positivos e como vos pode ajudar.
Desculpem a minha ousadia, mas vou tratá-las por tu. Facilita a comunicação e torna-nos mais próximos, nesta abordagem um pouco delicada (ou não?).
Comecemos então pelo primeiro grupo: as revoltadas.
Começo por perguntar-te o seguinte:
Há quanto tempo vives a tua Vida sem ser a tua Vida?
Há quanto tempo calas a verdade debaixo de um sorriso tão forçado quanto angustiado?
Há quanto tempo anseias por soltar um grito de liberdade mas não o consegues, devido a uma qualquer razão que te parece totalmente impeditiva?
Há quanto tempo te apetece mudar de Vida?
Há quanto tempo vives em sofrimento interior e, por vezes, abate-lo sobre alguém que não tem culpa nenhuma?
Estas perguntas dizem-te alguma coisa? Identificas-te com alguma, ou algumas delas?
Se sim, então percebe que vives na condição de revoltada. Para ti, tudo se assemelha a uma maldição de onde pareces não conseguir sair. A tua Vida dir-se-ia parada e não vislumbras no horizonte qualquer solução.
Porquê? Esta é a pergunta que mais te fazes e, como consequência, tens sempre tendência a culpar alguém pelo que te está a acontecer. Cuidado, para não caíres na vitimização. Sabes muito bem que é um caminho vicioso e de difícil saída.
Tenta, antes, parar e respirar fundo. Olha para aquilo que tens sido e questiona-te se é assim que queres ficar para o resto dos teus dias. Se sim, tenta aprender alguma coisa com a tua dor. Se não, sai já daí e começa a fazer coisas por ti. Coisas simples, no início, como um pequeno mimo, mas sempre fundamentado na pergunta: “O que estou a fazer, estou a fazê-lo por mim ou pelos outros?”. E a resposta deve ser sempre: “por mim”. Se te acusarem de egoísta, lembra-lhes que apenas podes dar o que és. Só vais gostar de alguém na medida do Amor que tens por ti. Mais do que isso, desconheces. Entendes?
Cuida de ti como se fosses a tua prioridade máxima, porque na verdade é-lo. Nunca te esqueças disso. Se não, questiona-te o que tens ganho em sentires-te revoltada.
Tu mereces viver a tua Vida! Não abdiques disso nem por um segundo!
Segundo grupo: as irreverentes.
Porque dizes, sistematicamente, que vais mudar a tua Vida, mas não passa de uma intenção?
Porque te armas em forte, quando, por dentro, sentes-te em pedaços?
Porque insistes em representar um papel que, no final do dia, só te deixa ainda mais cansada?
Porque não paras de te comparar com os outros e de buscar a sua aprovação?
Porque teimas em medir nos outros comportamentos, palavras e ações?
Porque criticas tanto os outros e fazes tão pouco por ti?
Tu oscilas entre a revoltada e a rebelde. Desculpa, mas fazes parte do grupo mais problemático, precisamente porque estás no meio e não te decides a passar para um lado ou para o outro. No fundo, és uma revoltada a querer parecer uma rebelde, mas cuja revolta se manifesta muito facilmente.
Tenta entender que tens de fazer uma escolha, seja ela qual for. Não escolheres é também uma escolha, sabias? Mas, se escolheres a pensar em ti, vais seguramente sentir-te melhor com a escolha que optares seguir. Por isso, escolhe seres tu mesma, independentemente da aprovação dos outros. Tu, como irreverente que és, anseias pela aprovação dos outros, que te invalida de realizar o grande propósito da Vida: seres tu mesma!
Esquece que os outros são importantes perante a importância de ti mesma. Aprende a dizer “não” e a não tolerar o intolerável. Percebe que a única aprovação de que necessitas é da tua! Toma as atitudes que a tua Alma te pede para tomar, sem ligares ao resultado, mas apenas ao durante. É certo que vives em sociedade e tens de saber viver nela, mas não tens de viver para ela. Liberta-te desta amarra e começa a usufruir da recompensa de te sentires livre por seres quem verdadeiramente és. Desse modo, tudo se tornará melhor e terás uma Vida muito mais aprazível!
O terceiro grupo: as rebeldes.
É, definitivamente, o grupo mais entusiasta. Não apenas porque é o das mulheres mais sabedoras do que querem, mas também porque é o grupo daquelas mulheres que se escutam e sabem que é no seguir da intuição que reside o seu verdadeiro caminho.
Seres rebelde é ser diferente. Seres diferente é ser tu mesma. Seres tu mesma é ser rebelde. Já percebeste que, quando te comparas, estás a imitar. E quando imitas, não és mais tu, mas uma tentativa de ser qualquer outra pessoa. Já libertaste a tua essência dessa necessidade da tua mente de te comparares e escutas o que ela te pede, todos os dias. Ela deseja apenas que te distingas pela diferença, porque tu és a diferença tornada escolha do coração. Por ti, permites-te ser tu mesma, ligas-te à tua essência e descobres, finalmente, quem verdadeiramente és e o que andas por aqui a fazer.
Enquanto segues a tua intuição, nunca acreditas que o que é melhor para ti pode também ser o melhor para os outros. Enquanto segues a tua intuição, deixas brilhar o que de mais abundante existe dentro de ti. Enquanto segues a tua intuição, estás finalmente a dar significado à tua Vida! Parabéns por seres uma rebelde! O mundo precisa que todas sejam como tu!
Para finalizar, gostava de acrescentar mais uma coisa. A única frase que faz sentido dizer a alguém que está a atravessar um momento menos bom e de mudança é exactamente esta: “Eu acredito no teu valor e sei que vais conseguir!" E porquê? Porque a ajuda que a outra pessoa necessita não é que tu decidas ou resolvas algo por ela.
O que ela realmente precisa é que a sintas e que, com as tuas palavras, a incentives a libertar-se de todo o medo para, finalmente, poder fazer escolhas por si só, livre de quaisquer inseguranças, guiada unicamente pela sua própria energia e intuição para, por fim, ser ela mesma.
Bem hajas, mulher, por seres quem És!
José Micard Teixeira
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