Dora Gonçalves

As Doenças da Criança e a sua relação com a mãe - O que nos querem comunicar?

Por Dora Gonçalves em Dezembro 2020

Tema Sociedade / Publicado na revista Nº 18

No último artigo escrevi (https://www.revistaespacoaberto.pt/artigo-detalhes.php?id=343) um pouco sobre da fusão emocional: Mãe/Bebé, sobretudo até aos dois anos de idade.

Hoje trago-vos outra perspetiva dessa ligação emocional que mostra como a relação Mãe/Bebé é constante e como a energia da mãe vai influenciar a saúde do filho. Muitas vezes a mãe,sente-se fragilizada, sensível, aborrecida com algum acontecimento da sua vida ou manifesta alguma doença. Como consequência da “fusão emocional” entre os dois ,surgem na criança algumas doenças que estão profundamente conectadas com a “doença” da sua mãe. 

O que é que isto significa?

Significa que, se a mãe não estiver completamente livre de pensamentos negativos, problemas na sua vida pessoal ou profissional, problemas familiares, etc,toda essa informação tóxica irá  manifestar-se no seu plano físico, emocional, mental e espiritual.

Ora, as crianças, como seres “fusionados”com a mãe; vão captar todas essas energias  que, por sua vez, se irão manifestar no seu corpo,através de variadíssimas enfermidades.

Poderão surgir como:

Resfriados e mucosidades -  Os resfriados estão muito associados a “aborrecimento” e a “enfartamento”. É igualmente uma maneira de dizer “basta”. Também é uma maneira de chorar ( há mucosidades e lágrimas por todos os lados ). As crianças que apresentam frequentemente resfriados, otites, asma e espasmos respiratórios são as que mais chamam a atenção dos progenitores. As enfermidades respiratórias estão relacionadas com as crises quotidianas, têm também ligação com o contacto e com as relações.A gripe permite-nos dizer: “Não te aproximes; preciso estar sozinho, limpar as toxinas, fazer o que me apetece”. Também é uma maneira de chorar. As mães têm uma infinidade de motivos para chorar, por isso os bebés choram muito e têm resfriados com frequência. O resfriado está associado com o excesso de água que necessitamos expulsar.






Asma - A asma surge quando se inspira mais ar do que aquele que se expulsa. Há um desequilíbrio entre dois polos, entre o dar e o receber. Dar e receber, nos planos emocionais, corresponde a dificuldades inconscientes, pois o ar é suficiente para todos. São pessoas pouco generosas, embora inconscientemente.

Os médicos recomendam a montanha, onde o ar é mais puro. Em geral são pessoas muito mentais, elevadas, intelectuais, inteligentes. O que a asma traz como mensagem é que necessitamos de incluir o polo menos apreciado: o corpo, as emoções, o contacto, os afetos.As crianças que efetivamente sofrem de asma necessitam de mais contacto corporal, colo, mimos, carícias, disponibilidade de tempo e a presença da mãe. Também a mãe se deve questionar sobre as suas dificuldades sexuais, de controlo corporal, etc.

Alergias - As alergias são uma manifestação física que esconde a agressividade. Podem ter uma manifestação respiratória ou ao nível da pele. Os alérgicos sentem alergias com as coisas mais inofensivas, como as flores, a primavera, o pólen, as plumas, o vento, os animais, etc. Os alérgicos por norma são pessoas que se dão bem com todos. Este polo de agressividade manifesta-se com as coisas mais inofensivas. Também estão ligadas com a sexualidade, a primavera, a fecundação, a exuberância, entre outros. Nas alergias da pele o que não se tolera é o contacto; e no caso dos bebés há situações bem definidas: quando os bebés não têm satisfeitas as suas necessidades básicas de contacto físico, então a sua pele reclama carícias. Aos que manifestam a “sombra” da mãe é pertinente perguntar:

A mãe tolera o contacto físico com os outros?

Como vive a sua sexualidade?

Entra em contacto físico com os seus sentimentos?

Tolera os afetos íntimos?

A pele pode ter mensagens importantes. É o limite, a fronteira entre o dentro e o fora, o que separa o “eu” do “tu”. É a fronteira pessoal e a proteção. Uma pele sensível revela uma pessoa sensível. A pele endurece quando estamos excitados, irritados, ou quando sentimos vergonha. Na pele manifestam-se os nervos, medos, desejos. Normalmente o que aparece à superfície da pele são situações inconscientes, superficiais e fáceis de resolver.

Infeções - As infeções correspondem a “guerras” materializadas no corpo; correspondem a conflitos prévios que não pudemos reconhecer. Quando o “inimigo” aparece: bactérias ou vírus, o nosso corpo trata de se defender aumentando a sua temperatura – a nossa melhor arma frente ao inimigo. Depois de tratados, conseguimos evoluir (em crescimento, compreensão e sabedoria), caso tenhamos aprendido a lição; podemos então criar imunidade.

Quando temos infeções poderemos questionar-nos:

Por que luto?

Com quem estou aborrecida?

O que é que não quero admitir?

Contra o quê ou quem estou a lutar?

Que conflitos se me apresentam e não me posso dar conta?

A quem não posso perdoar?

Então, quando se trata de uma  infeção numa criança pequena, é necessário estudar a criança e a mãe, dando uma olhadela à “sombra” da mãe para perceber quais são os conflitos que estão por detrás da mãe. É necessário resolver esse conflito interno para que se possa tratar o corpo físico e espiritual. Por exemplo, o dar e o receber muitas vezes não são manifestados pela criança pequena que necessita comunicar, ou, no caso de crianças maiores, não o faz porque a mãe ou pai não lhe dão oportunidade (pais muito rigorosos e, por vezes, castradores); então fisicamente isso pode manifestar-se nas mucosidades, na produção de matéria fecal, etc.






Problemas digestivos - Há que avaliar se as ordens digestivas estão ligadas à alimentação ou a fatores emocionais “mãe – bebé”. É sempre preferível a amamentação ao peito do que a amamentação com outro leite, pois haverá campo aberto para mais alergias, infeções, mucosidades, resfriados, etc.

Por outro lado convém perceber o que é que a mãe está a “digerir” mal na sua vida; o que é que ela não está a aceitar. 

Todas estas situações físicas e emocionais são  transmitidas  aos  filhos de forma inconsciente.

Estes são alguns pontos de reflexão para os pais. 

A vinda de uma criança é uma grande oportunidade para repensar o que está certo e o que está errado na vida de cada um, especialmente da mãe, que mantém uma ligação mais próxima com o seu filho.

São também oportunidades de vibrar numa nova consciência que esta criança está a pedir para se relacionar com a família e com o mundo. Por sua vez, quando os pais aumentam a sua vibração conseguem perceber melhor as necessidades do seu filho e começam a conhecer-se também a eles próprios, de uma forma que ainda não o tinham feito.

Vibrarão numa sincronia fantástica e harmónica.

Dora Gonçalves ( Coach Parental )







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