Paulo Vieira de Castro

Espiritualidade nas organizações - GERIR UMA EQUIPA É MORRER POR ELA...

Por Paulo Vieira de Castro em Janeiro de 2011

Tema Sociedade / Publicado na revista Nº 1

Liderar é Servir

O texto de hoje é sobre liderança, e todos nós somos lideres num determinado nível, então, para que isso seja efectivo antes de mais será necessário que auto-realize aquilo que é essencial nas suas relações profissionais. O primeiro passo para a auto-observação será entender que não basta conhecer os valores da sua empresa, mais do que isso é necessário partilhá-los, defendendo-os como se fossem os seus próprios valores; ser capaz de morrer por eles!

A este respeito não resisto a contar uma história. Ao atravessar um dos mais inóspitos desertos do planeta, na marcha para o sul da Gedrósia, o exército de Alexandre ficou sem água. As suas tropas decidiram juntar a pouca água que restava, espremendo as últimas gotas dos seus cantis, para oferecer ao seu rei a quantidade conseguida. Então, diante de todo o seu exército, Alexandre derramou na areia a água que lhe fora oferecida. Com esse gesto, transmitiu a mensagem: o meu destino será o mesmo que o vosso!

É incrível como o exército conseguiu sobreviver. Só há uma explicação, ao privar-se voluntariamente de água pôde viver duas vezes mais do que aquele que é forçado a ficar sem beber por vários dias. Gerir a equipa é morrer por ela, o que não equivale ao termo – clássico - morrer com ela.

Só Crt + Alt + Del Salva

Quando pergunto aos meus alunos, qual é a sua missão ao nível pessoal, normalmente respondem-me com objectivos tácitos, com simples metas pessoais: acabar o curso, casar, ter filhos, ser rico, etc.. Falta algo estrutural, falta-lhes um compromisso maior com a vida.. Por estranho que pareça nas organizações encontramos tantas vezes igual desnorte.

A escolha de um compromisso maior para a vida, passa necessariamente pela descoberta de algo por que – ainda metaforicamente - valha a pena morrer, isto aplica-se tanto às pessoas como às organizações. Em ambos os casos deverão existir valores  que são para a vida. A espiritualidade será o que melhor nos poderá guiar neste caminho. Porque seria diferente nas organizações?

Um Compromisso Maior

A importância da transparência interna é uma referência estratégica central no que respeita o conduzir-se a si mesmo no mundo empresarial. Para suportar a pressão existente no ambiente organizacional terá de partir de valores pessoais muito bem estruturados, só depois fazendo sentido procurar um sentimento de partilha com os valores da organização. Não me refiro ao vulgar sentimento de parceria, indo mais longe, dando lugar à individualidade inclusiva, onde a liberdade seja suportada pela decisão responsável da pertença, proporcionando o alinhamento de compromissos pessoais e empresarias de forma integral. Para esta realização será importante abrirmos os nossos canais intuitivos, anímicos, perspectivando a importância da espiritualidade nas organizações. Esta é aqui entendida como o mais elevado patamar da ética empresarial.

Torna-se fundamental compreender a importância  de um compromisso maior perante si mesmo. Lembre-se da máxima samurai: vencer significa vitória sobre si mesmo

Estar por inteiro em qualquer lugar é mais complicado do que o que se possa julgar.. Uma nova liderança obriga a iguais cautelas..

Se é certo que cada um de nós cria o seu próprio mundo, então o meu mundo só muda se eu mudar. Claro, que também neste caso, a maior parte das coisas vai continuar a acontecer de uma mesma forma, contudo a perspectiva individual passará a ser completamente diferente. Esta atitude concorre para o patrocínio de uma nova consciência empresarial através da liderança ao serviço ( pelo exemplo ).

  • Paulo Vieira de Castro
  • Inner Leadership Coach e Mentor do modelo Dharma Marketing.









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