Dora Gonçalves

A Fusão Emocional : Mãe /Bebé

Por Dora Gonçalves em Novembro de 2020

Tema Sociedade / Publicado na revista Nº 17

O bebé e a sua mãe estão ligados, física e emocionalmente.

Enquanto o bebé não começar o desenvolvimento do intelecto, conserva as suas capacidades intuitivas, subtis, que estão absolutamente conectadas com a alma da sua mãe.

Portanto, tudo o que a mãe sente, o que recorda, o que a preocupa, o que rejeita, o bebé vive-o como próprio; porque está fundido com a sua mãe.

Nesta fusão seria importante falarmos de “bebé-mamã” e “mamã-bebé”, porque os dois funcionam como um.

Nesta linha de pensamento, é muito importante atendermos ao corpo físico e emocional da mãe. Quando, por exemplo, o bebé se encontra doente, está alterado e chora desmedidamente será muito importante perguntarmos primeiro: “O que é que a mãe sente? Por que motivo chora a mãe?”

Se o bebé se sente deprimido, a pergunta deveria ser:“Que pensamentos inundam a mente da mãe?

Mães deprimidas tornam os seus bebés também deprimidos e a massagem Shantalla ( Massagem oriunda da Índia e ocidentalizada pelo obstetra francês, Fréderick Le Boyer) pode ser um instrumento muito valioso para ambos.

As crianças são seres fusionados

Isto significa dizer que os bebés e as crianças necessitam entrar em fusão emocional com os outros.

Este ser com o outro é um caminho de construção psíquica relativamente largo até ao “EU SOU”.














Início da Separação Emocional

As crianças dão o grande salto por volta dos 2 anos de idade. Neste período inicia-se lentamente a separação emocional.

Começa o desenvolvimento da linguagem verbal. Inicialmente nomeiam-se a eles mesmos na 3ª pessoa do singular : ( “Maria, quer água…” ). Dentro da vivência da fusão emocional, quer dizer : ( “Maria e mamã querem água…”) , porque são “duas em uma”, ou seja, nota-se a presença da Fusão Emocional.

Até que um dia finalmente dizem: ( ” Eu” ). ( “Eu quero …” ). A presença do “eu”, como ser individual.

Chegar aos dois anos e organizar o pensamento de si mesmo separado do dos outros corresponde a um desenvolvimento muito importante na estrutura psíquica da criança.

A fusão emocional de que falei é recíproca.

A mãe vivencia um processo análogo de união emocional com o filho.

Fundamentalmente, nos primeiros anos é uma “mãe – bebé”.

A natureza guia-nos desde a fusão até à separação. Disso se trata o crescimento.

Se o início da separação se inicia por volta dos dois anos de idade, ela dura até à adolescência; por volta dos treze ou catorze anos de idade.

Os conhecedores das práticas esotéricas dizem que a mãe e os filhos compartilham a mesma aura durante, aproximadamente, treze anos; contudo o adolescente necessita de apoio que lhe permita produzir em cada vivência o exercício da separação emocional e a melhor forma é através da comunicação.

Por outro lado, os adultos em união emocional com as crianças, em alquimia, lucram muito mais das relações; mantêm relações mais elevadas.

Através do contacto mais íntimo entre ambos, através da comunicação e ajuda no processo de crescimento físico e emocional, há uma fusão emocional, há uma fusão da energia da alma.

No relacionamento adulto/criança existem sempre dois mundos: o mundo da criança conecta-nos com o sonho, a fantasia, os sonhos, as esperanças, a inocência e a sensibilidade inata. Por sua vez, a criança em contacto com o adulto vivencia o mundo da razão, da lógica, das explicações e das respostas.

Ascendem ao futuro e ao pensamento. Para facilitar esta integridade as crianças necessitam de se sentir livres e protegidas e necessitam sobretudo de segurança emocional.

Diariamente, a chegada a casa, ao fim do dia, é um momento de ansiedade e stresse.

Os pais estão perdidos em si mesmos, ansiosos e preferem que os filhos fiquem “entretidos” em vez de os captarem para o diálogo e brincadeira.

Muitas vezes as crianças ainda assistem ao stresse dos pais ouvindo discussões e sentindo-se privadas de atenção.

Os distúrbios de conduta das crianças vêm a refletir-se na escola e nos consultórios de psicologia, onde há profissionais que, simplesmente, estão mais disponíveis a “ouvir”, porque esta é a sua profissão e os resultados que saem daqui são meramente técnicos. Melhor seria obter resultados através do diálogo familiar; sem máscaras, sem mentiras e com vínculo familiar amoroso.

Os distúrbios manifestam-se de diferentes formas: agressividade, violência, défice de atenção, hiperatividade, apatia…

Na adolescência podem existir manifestações de violência grave e consumo de drogas que se prolongam na fase adulta.

Portanto,talvez seja importante começar a agir em família emocionalmente mais “fusionados” e conscientes.

Dora Gonçalves














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